
Vejo o mundo de minha Cela Quadrada: umas queimadas aqui, outras a colá, aquecimento global e a globlo com suas novelas, o futebol para aquecer a lembrança de que ainda tenho um time do coração, uns filmes engraçadinhos e o "caldeirão" de asneiras para me emocionar com alguma história particular.
Pratico exercícios regularmente... Exercito minha incredulidade quanto a política; ergo meu braço direito, com o controle remoto, e o esquerdo com alguma porcaria pronta pra comer, deve ser Sadia, ou melhor super Sadia essa alimentação de gorduras e carboidratos; além, claro de caminhar regularmente no perímetro do quintal com meu cão, Marley, que já é um labrador do interior, assim como seu dono.
Fim de semana é sempre uma coisa engraçada para mim, não só por ser fim de semana, mas porque posso exercitar a ociosidade bruta ao qual só o interior pode fornecer. Não! De maneira alguma isso é uma crítica a Ibitinga, quem disse isso?! Simplesmente as opções são sempre as mesmas, não que me sinta insatisfeito com isso, mas sim pelo fato de que me sinto acostumado com isso, acostumado com uma coisa que há alguns anos atrás seria impossível para mim: Fim de semana sem fazer uns programas interessantes com minha Lidiani, sem cinema, sem teatro, sem concertos, sem jantar em algum lugar bacana, ou ir à noite curtir uma boa musica em algum lugar onde eu e a Lidiani pudéssemos sentar, pedir algo para comer e beber, estando próximos dos amigos, num papo que poderia durar a noite todas sem nem um problema...
Bem, desde quando mudei para o interior o fim de semana parece nunca mudar: Sexta à noite dormir cedo porque estou bem cansado; sábado acordo meio cedo porque ainda estou no ritmo da semana, então acordo, dou comida pro Marley, tomo meu café da manhã, limpo alguma coisa em casa, as vezes vou dar uma volta pelo centro da cidade com minha mulher, e o centro sempre abarrotado de pessoas, de cheiros, de bordado. Aí voltamos para casa e dormimos até à noite, como estamos sempre duros de grana (rs) raramente alugamos um DVD....
O domingo é parecido com o sábado, menos pelo fato de que almoçamos fora....na casa da mãe da Lidiani, que cozinha muito bem! E à noite a musiquinha do fantástico que aterroriza milhões de brasileiros... eis a coisa toda!
Esses dias, eu, acostumado com o ritmo lunático (pela falta de gravidade) do interior, estava imaginando como as coisas por aqui poderiam ser diferentes, sem precisar ser tão grande e estruturado como na capital. É simples: Terminar a obra do teatro municipal de ibitinga; abertura de outros centros culturais pela cidade; escolas melhores que não fizessem os jovens serem "massa de manobra" ou simplesmente gados pelo resto de suas vidas; reabrir o cinema; e novas opções de bares com musicas boas (como as vezes, raramente, aparece no Bombar, que é o único lugar daqui, e está sempre abarrotado de jovens gados); Incentivo pela leitura com sarais na biblioteca municipal, e que essa fosse mais ativa na questão cultural. Pronto...mundo perfeito!
VOLTANDO!... Pra quem iria interessar pessoas mais críticas e mais satisfeitas quanto suas vidas culturais e com mais opções de lazer?? Pra que gastar grana com isso se o pessoal por aqui já é acostumado a não ter nada o que fazer, ou ter que viajar horas para ter um bom lugar para ir? O lance é ser filho de fazendeiro, dono de fábrica de bordado e tecer sempre a mesma vida, o dinheiro fala mais alto, meu irmão... Quem tem grana pode ir morar na capital, ou em outra cidade maior...Menosprezar quem não tem grana então...é o esporte favorito por aqui... o programa de fim de semana de quem tem e de quem não tem grana....Vamos ao posto de gasolina, a balada de Ibitinga: Cuidar da vida alheia... olha a bolsa da fulana que feia!... Você viu que o fulano fez aquilo com ela?... Ai credo, ele é bonito, interessante, mas tem um fusca... ahahahahahahah.... Só rindo pra crer!
Enfim..... é preciso cultura e lazer.... "agente não quer só comida"
Não sou de partido algum, tão pouco sou de ficar fazendo campanha pra qualquer candidato que seja. Minha experiência nesta área é simplesmente de eleitor, não sei se muito consciente, mas creio ter uma visão particular que me singulariza quanto pessoa.
